domingo, 16 de janeiro de 2011

Crônica sobre um bolo.

Eu adoro cozinhar, mas fazer pães e bolos são especialmente prazeirosos para mim. Depois de alguns anos aqui neste país, criei o costume de faze-los para presentear os amigos e algumas outras pessoas, como meu médico, a recepcionista dele e até um enfermeiro do hospital que se chama Angel (ele é mesmo um anjo para todo mundo). No começo eles estranharam um pouco essa moda não usual por aqui, mas depois acostumaram e quando eu chego corrrem para ver o que trouxe de gostoso.

Depois de algum tempo frequentando meu cabelereiro eu levei um bolo de limão (muito famoso aqui em casa e com amigos) para ele, que me beijou/abraçou, agradeceu muito e entrou na pequena cozinha do salão onde tem microondas, geladeira e uma pequena mesa com duas cadeiras. Todos usam este espaço para almoçar, lanchar e as vezes até descansar um pouco numa velha e confortável poltrona marrom, um pouco desbotada pelo tempo e uso.

Passados alguns minutos ele, escandaloso que só, voltou com um pedaço do bolo na mão gritando tanto, que todo mundo se assustou. Eu fiquei gelada, quer dizer, mais gelada ainda pois lá fora fazia 11 graus negativos, imaginando que ele tinha achado algum fio de cabelo (meu) ou qq coisa estranha no bolo, até que ele parou e, afetadamente, disse:

Povo...isto aqui deve ter alguma droga, porque viciei. Já comi dois pedaços e queria o terceiro a-go-ra!!! Minina, disse apontando ameaçadoramente o dedo para mim, vou te pro-ces-saaaar! Em seguida, riu, balançou o esbelto corpo e disse que meu cabelo nunca mais seria o mesmo, de tanto que ele iria caprichar a partir deste momento.

Depois mandou a secretaria dividir o bolo em quadradinhos e dar um pedaço para cada uma das pessoas que estavam ali, acompanhado de cafézinho ou chá. Final da estória; todo mundo queria encomendar e começaram a me dar telefone e tal. Mas, como não faço mais encomendas para fora, a não ser para alguns clientes antigos e amigos, me desculpei prometendo que da próxima vez levaria o bendito bolo de novo.

Eu volto ao salão a cada dois meses e a partir deste dia sempre levo um bolo. Já levei de cenoura, laranja, chocolate, todos fofos demais tambem, mas vira e mexe ele diz: foo-faaa, faz repeteco do bolo de limão, pleeeaaase? E abre aquele sorriso que desarma qualquer um. Como negar?

6 comentários:

Ana disse...

Olá Edna!
Voce poderia postar aí o tal bolo de limão q. falas no final da crônica rsrs fiquei curiosa...
Bom domingo e abençoada semana.


Ana.

Edna Costa disse...

Oi Ana, como vai? A receita do bolo de limão eu acabei de colocar no meu blog de culinária. Dá um pulinho lá pra ver e depois que fizer o bolo, volta lá para deixar seus comentários, ok? Beijão, obrigada pela visita e tudo de bom pra voce. Feliz 2011.

http:phabricadedelicias.blogspot.com

Marina Mott disse...

Que delícia de crônica! Tal qual a Ana, fiquei super curiosa pela receita! Vou lá no outro blog espiar e copiar!! Agora te digo uma coisa: já gostei do seu cabeleireiro!! quero ir nessa salão...Quem sabe quando for prá esas bandas!! Beijo!!

Edna Costa disse...

Hahaha...Marina, o Carlos é um fofo e adoraria ter voce como cliente! Quando vier para NYC, avisa que marco um "appointment" pra nós duas lá, ok? Bjs e obrigada pelas visitas.

Anônimo disse...

Lembrei-me de um livro que lia em minha infância e que se chamava "O valor das pequenas coisas". São pequenos gestos com este que tornam o mundo um lugar melhor para se viver. As gentilezas cotidianas estão ficando relegadas a planos últimos, o que é uma pena.

Anônimo disse...

Lembrei-me de um livro que lia em minha infância e que se chamava "O valor das pequenas coisas". São pequenos gestos com este que tornam o mundo um lugar melhor para se viver. As gentilezas cotidianas estão ficando relegadas a planos últimos, o que é uma pena.