quarta-feira, 2 de julho de 2008

Dia especial. Crônica por Edna Costa. 25.01.2006.

O dia amanheceu luminoso e enganador. Olhando pela janela vi um sol brilhante, nuvens esparsas e comecei a pensar que roupa colocaria à noite, para comemorar meu aniversário, juntamente com meus dois filhos. Meu outro filho (que vive no Brasil) me telefonara bem cedinho, mas meu celular estava desligado e não nos falamos.

Prestei atenção num passarinho solitário na beirada do telhado vizinho e fiquei refletindo, como essas aves pequenas e graciosas, são tão resistentes às baixas temperaturas dessa época do ano. Divaguei, comparando-as às pessoas guerreiras que conheço e admiro.

Não sei porque, todo dia do meu aniversário fico em estado meditativo e com uma certa ansiedade. Sempre espero que todos lembrem-se de mim naquele dia e se isso não acontece, fico levemente frustada. Apesar de saber ser isso uma tolice, sempre foi assim.

Abri uma fresta da vidraça e o vento gelado me alertou sobre o frio desse dia de janeiro, quando o inverno está em pleno rigor. Quinze ou vinte graus (celsius) abaixo de zero, foi o que deu na previsão do tempo para hoje. Fechei rápidamente a janela e voltei a olhar meu leite no fogo. Depois de tomar meu café, me agasalhei bem e saí para trabalhar.

Apesar de ter sido um dia monótono e cansativo, quando voltava para casa fiz uma prece de agradecimento, por mais um ano de vida. Sorri ao lembrar meu primeiro pensamento do dia: me vestir fashion, para demonstrar jovialidade. Depois achei tudo uma bobagem, pois isso está muito mais dentro da gente do que no visual, se bem que às vezes aparência também conta muito!

À noite, quando eu estava escolhendo minha roupa, meus filhos chegaram e todos tagarelamos alegremente. É sempre igual; eles cobram para não atrasar, eu me apronto e fico sentada esperando pelos atrasadinhos. Quando finalmente saímos, a temperatura já tinha atingido o nível previsto pelos meteorologistas e sentimos isso na pele.

Chegamos ao restaurante reservado e fomos gentilmente conduzidos à mesa pela maitrê, uma bonita e elegante mulher. Então, veio a primeira surpresa. Um lindo buquê de rosas brancas e vermelhas, arrematadas por delicados ramos de florzinhas do campo me aguardava. Depois de instalados, as surpresas continuaram.

Vieram taças de champanha para fazermos um brinde e o garçom trouxe uma caixinha de veludo com uma Nossa Senhora (benta). O jantar estava ótimo, a sobremesa idem e eu tive direito a mini-bolo com velinha e tudo. Quando eu estava me controlando para não chorar, meu filho ligou do Brasil. Daí não teve jeito e o nó na garganta, virou um discreto choro.

O dia terminou perfeito! A noite gelada e escura lá fóra, não combinava com a alegria que tomava conta de todos nós. Voltei para casa cansada, feliz e mais uma vez agradecida a Deus, por poder comemorar mais um ano de vida com minha família, saúde e muitos sonhos realizados.