sexta-feira, 20 de junho de 2008

Vida bandida. Crônica por Edna Costa. 09/02/2008.

Nós tínhamos casa numa cidade balneária e estávamos sempre por lá. Férias, fins-de-semana, festas e feriados são até hoje lembrados por todos nós, como dias de diversão e alegria. Num período em que estávamos lá, aconteceu um caso que ainda hoje é comentado por muita gente.

A cidade é pequena e quase todo mundo se conhece. Na praça principal tem a igreja matriz, o hotel mais chic, o restaurante mais badalado e os barzinhos descolados. Tudo isso reunido em volta do velho coreto. Os bares colocam mesas e cadeiras na calçada e quando algum conjunto antigo toca no coreto, as pessoas dançam alegremente, inclusive os mais idosos.

No fim da rua principal há uma sorveteria, bem agitada aos sábados e domingos, mas meio sem movimento durante a semana. A mãe da proprietária já estava bem velhinha, não andava mais sózinha e diziam as más línguas, que já não regulava muito bem.

Durante a semana a filha sempre colocava a velhinha sentada numa cadeira, na porta da sorveteria e a deixava olhando o movimento para se distrair. Quem passava não ligava para a velha, que falava sózinha e parecia estar sempre reclamando.

Numa sexta-feira, a proprietária precisou sair logo depois do almoço para voltar bem tarde e pediu às funcionárias que olhassem a mãe. Assim que ela saiu as meninas puseram a velha senhora na porta, mas por estar muito sol, a colocaram atrás da placa de propaganda da sorveteria, que ficava na calçada. Lá pela tardinha, começou o movimento forte e ninguém mais lembrou da pobrezinha.

Quando já estava quase anoitecendo e todos mais sossegados, ouviram uma vóz gemendo: viiidaaaaa, quero morrrerrr...viiidaaaaa, quero morrrrerrr! Saíram todos para ver quem era e deram com a velha quase rouca, toda descabelada e com xixi na roupa. Foi a maior correria para tirar a senhora da rua e acomadar tudo, antes que a filha chegasse.

Depois disso parece que a velha senhora engoliu uma vitrola, pois repete muitas vezes a mesma fatídica frase. A molecada não perdoa e quando avista a pobre sentada na cadeira, passa correndo e gritando; viiidaaa, quero morrreeerrrr!

Voltei.

Oi meus amigos queridos, estou de volta. Ainda repondo meus tesouros no novo cp, mas agradecida por não ter perdido nada que estava na memória do outro, que queimou. Agora tenho um HD externo mais possante, do qual poderei acessar minha conta de qq. lugar do mundo e sem o perigo de perder minhas coisas. Ah! essa modernidade me deixa feliz e ao mesmo tempo doidinha, pois facilita nossas vidas, mas se tem algum "piriri" larga a gente na mão.

Estarei aqui recolocando minhas crônicas aos pouquinhos. Espero que vocês continuem passando nesse cantinho e deixando seus recadinhos carinhosos. Obrigada tb. a todos que mandaram e-mails. Beijão e fiquem com Deus.